Em toda a região da Itália as famílias gostam muito do artesanal e caseiro, e fazem tudo que podem em casa. Foi assim que Osana começou, junto com seu ex-marido, que sempre gostou de cozinhar. Tinham comércio no sul onde faziam queijos, frios, conservas e ali aprendeu a charcutaria. Juntos pegavam o domingo à tarde, único dia de folga, para fazer speck, linguiça, presunto.
As suas filhas, Cri e Giulie, aos domingos de manhã iam para a casa da madrinha Angelina – um siciliana de 70 anos – e faziam “maccherone fatti a mano” no fio de ferro – tipo um arame liso – e aprenderam desde pequenas a fazerem massa fresca como o “tagliatelle a alla chitarra”, um costume das famílias italianas.
O tempo passou, Osana mudou para o norte da Itália, abriu seu negócio por onde ficou 12 anos, cozinhando também para famosos – como a Família Roberta e Laura Zenha, Dolce Gabanna, Casalino e família Sella. Casalino chegou a escrever sua história no “Jornal Cotidiano” agradecendo-a por ser uma “imigrana siciulo brasiliana” que abriu um negócio em uma zona de grande movimento, mas de difícil acesso e em uma região de população muito conservadora.
Em 1 ano, ampliou o negócio de 35m2, comprando o prédio do lado mais um apartamento. Casalino conta sobre esta brasileira: que morou no sul da Itália, mudou para o norte, abriu um negócio em um ponto que não tinha estacionamento, desafiou a cunhada, conquistou o diploma passando em primeiro lugar, conseguiu vaga de estacionamento junto a prefeitura e ainda cozinhou para famosos. Em um local onde a ideologia antiga era forte, deu exemplo, e finalizou seu artigo dizendo que iria fazer muita falta.
Quando chegou no Brasil fez questão de trazer toda sua expertise e se dedicou até encontrar os ingredientes ideais. E foi na dificuldade em fazer o “Carbonara” que surgiu a charcutaria. Não havia o guanciale, apenas o bacon. “Como farei uma verdadeira carbonara?” Aí ela mesma foi fazer, como já fazia na Sicília para a família. Um cliente experimentou e logo questionou porque Osana não fazia para vender, se era tão bom. Foi o começo.
Outra dificuldade eram pizzas com presunto cotto, importado e que ficou indisponível. Foi quando decidiu fazer um curso famoso chamado “Charcuraria Curato” e entender a legislação, a conservação etc. Assim, surgiu presunto cotto, o speck, o lombo, o seu próprio seu bacon, a linguiça… e pela dificuldade de encontrar itens italianos no Brasil, surgiu a chacutaria Italy.
Já o empório nasceu da necessidade de ter o produto em casa e da vontade de oferecer ele também aos clientes. Os pães, já feitos em casa na Itália, chegaram para entregar a verdadeira bruschetta, combinada aos pratos. Mas não foi fácil. Com a massa da pizza começou a fazer pão, eram feios, mas os clientes gostavam. Foi quando sua filha Cri viu a dificuldade, se juntou e se encantou pelos pães, fez diversos cursos e começou a fazer também panetones e outros itens deliciosos. Com um deck disponível e muita paixão… nasceu o Italy Café.
Hoje estamos aqui para oferecer o verdadeiro sabor da Itália.
Da nossa família para a sua.